No próximo dia 3, na Praça Padre Cícero, a partir das 19h, acontecerá o primeiro "Leilão em Chamas". A ação compõe a programação prévia do Festival de Hip Hop e Artes Urbanas de Juazeiro, que acontecerá no sábado, 4 de novembro, no Parque de Eventos Padre Cícero. Como apoiadores principais estão a Secretaria de Cultura do Município, Associação Civil para o Desenvolvimento da Barbalha (ACDB), Color Gin, Gigante das Tintas e Sherwin Williams.
O Leilão em Chamas é um tambor de fogo usado em leilões de peças de arte com o propósito de que o leiloeiro consiga vendê-las em um curto espaço de tempo, antes que sejam destruídas. Essa iniciativa promove a economia criativa e auxilia os artistas que participam de festivais em várias localidades, oferecendo suporte financeiro para passagens e outras necessidades.
O idealizador desta iniciativa tinha como objetivo principal incentivar a compreensão do Graffiti pela sociedade, encorajando as pessoas a adquirirem as telas em leilão, evitando que as obras de arte fossem destruídas. Além disso, o projeto busca fomentar a economia sustentável e valorizar os artistas.
A intervenção teve início em 2016, no Festival Casa de Ideias - MangueCrew, na Imbiribeira, em Recife, PE. De 2016 a 2019, ocorreu no Festival Pão e Tinta, em Pina, também na capital pernambucana. Em 2017, participou do Festival Kapow em Gant, Bélgica. Em 2022, foi realizado no Museu do Frevo, em Recife Antigo, PE, e de 2020 a 2022, no Museu da Abolição, também em Recife, PE. Em 2023, estará presente no Festival Graffiti e Gesso de Araripina, PE, e no Festival Agora é a Verá em Aracaju, SE. O movimento é uma ação inovadora para os Festivais de Cultura.
Para o leiloeiro José Cabornel, o Leilão em Chamas vem questionando, mas também mostrando diferentes visões de mundo a partir de abordagens que transparecem as relações entre a arte, a cultura e a cosmologia ancestral, como possíveis respostas aos conflitos de valores que circundam a humanidade. Busca, assim, novas formas de estar no mundo e expressá-lo de maneira enraizada aos princípios apagados pela hegemonia, mas que são vívidos na memória dos corpos cotidianos.
"Conectar-se a essa rede de (re)existência é um possível caminho para o garimpo de nossa identidade, unindo saberes e práticas. É também uma forma de nos conectarmos com as nossas memórias sociais na diáspora, garimpando fragmentos identitários que se somam e revelam nossa essência. Estratégias de valorização, pensar os territórios de forma integrada, a fim de expor modelos de organizações sociais autônomas e seu desenvolvimento sustentável a partir da perspectiva de patrimônio, arte e memória", afirma Cabornel.