Foto: Thiago Sousa
A Fundação Memorial Padre Cícero realizou uma roda de conversa com o tema "Museu: Lugar de Memórias", nessa terça-feira, 19, nos turnos da manhã e tarde, com turmas de 3º ano, do 2º Colégio da Polícia Militar Hervano Macêdo Júnior. O evento fez parte da programação da 17ª Primavera dos Museus, evento promovido anualmente pelo Instituto Brasileiro dos Museus (IBRAM). Nesta edição, a temática escolhida pela Primavera foi "Memórias e Democracia: pessoas LGBT+, indígenas e quilombolas".
Antes do início da roda de conversa, houve a apresentação do Grupo Rucungo de Capoeira do Mestre Pitomba. A discussão teve como mediadores o professor de história Cícero Joaquim, da Universidade Regional do Cariri (URCA), Willian Kurruíra, representante dos Povos Indígenas e professor da Universidade Federal do Cariri (UFCA), Joseane Mulato, representante da comunidade do Quilombo Mulatos, o mais novo do Estado do Ceará, localizado na Chapada do Araripe, na cidade de Jardim, e Tiago Coutinho, professor do curso de Jornalismo da Universidade Federal do Cariri - UFCA e estudioso dos LGBTQIAP+.
Na ocasião, estudantes do 3º ano do Ensino Médio tiveram a oportunidade de discutir e refletir sobre a temática proposta, comumente cobrada em provas e vestibulares.
Durante a discussão, foi enfatizado que a democracia desempenha um papel importante ao garantir que os direitos das pessoas LGBTQIAPN+ sejam protegidos e respeitados. Por meio da participação política e do envolvimento com instituições democráticas, a comunidade LGBTQIAPN+ pode lutar por mudanças sociais e legislativas que reconheçam plenamente seus direitos e liberdades.
Também foi enfatizado que as memórias dos povos indígenas são essenciais para preservar suas culturas, línguas e conhecimentos ancestrais. A democracia efetiva para os povos indígenas implica o respeito aos seus direitos de autodeterminação, consultas e consentimento livre, prévio e informado sobre questões que afetam suas terras e comunidades, em uma abordagem inclusiva que valorize suas memórias e perspectivas.
Para as comunidades quilombolas, segundo a discussão, a democracia significa reconhecimento oficial de suas terras e direitos, preservando suas tradições culturais e garantindo o acesso aos serviços básicos, como educação e saúde. Foi destacado que é essencial que suas vozes sejam ouvidas, principalmente, nas decisões que afetam suas vidas e territórios.