A Prefeitura de Juazeiro do Norte, através da Secretaria de Cultura - Secult, anuncia que o juazeirense Abraão Bezerra Batista venceu o Prêmio Literário Guerra Junqueiro, do Festival Internacional de Literatura de Freixo de Espada à Cinta - FFIL, e representará o Brasil na premiação.
O FFIL é um evento de referência cultural para a literatura em língua portuguesa, que este ano reunirá nove países da união lusófona e de língua oficial portuguesa.
Em parceria com Sidney Rocha, representante brasileiro da edição 2020, que também é juazeirense, a Secult apontou alguns autores caririenses para a curadoria do festival. Como afirma Avelina Ferraz, curadora do FFIL, "o nome do escritor brasileiro vem no sentido da escolha do juri e dos consultores do Prêmio Guerra Junqueiro. Os critérios são iguais para todos os países da lusofonia. Ou seja, o segmento da vida e da obra de Guerra Junqueiro. Um poeta revolucionário, humanista, com fortes proporções de intervenção social, mas também, ao mesmo tempo, um poeta lírico e filosófico."
De acordo com Vandinho Pereira, secretário de Cultura, é uma imensa alegria ter um representante da cidade na premiação.
"É algo bastante alegrador, especialmente quando observamos o momento atual, em que as verbas para cultura são cada vez mais escassas. O feito de Abraão nos estimula a lutar para que a cultura e a literatura da nossa região sejam cada mais conhecidas e valorizadas, do Brasil ao mundo."
O juazeirense receberá o prêmio durante a programação da Semana Literária, organizada pela Secult, em parceria com a Biblioteca Pública Municipal Possidônio da Silva Bem.
Abraão Batista
O escritor é um dos maiores cordelistas brasileiros. Além de poeta, xilógrafo, gravador, escultor, ceramista e professor aposentado. Iniciou em 1968. Publicou seu primeiro livro, O Menino Monstro, em 1970, e publicou mais de 300 cordéis.
Filho de uma apreciadora de Cordel, Abraão teve a mãe com inspiração. O ofício do cordel passou de geração em geração e o filho, Hamurábi Batista, e a neta, Jarid Arraes, também estão rimando.
O autor aprendeu a fazer escultura e como fazer xilogravura vendo Noza, um dos maiores mestres de artesanato juazeirense, trabalhar. Abraão foi o primeiro a escrever sobre Seu Lunga, "o homem mais zangado do mundo", como escreveu o cordelista.
Fotos: Romero Junior