"Falar de consciência negra é reconhecer quem construiu este país e quem foi silenciado e quem continua levantando a voz todos os dias", afirmam as estudantes Sofia Lorena Lima e Laís Lopes, que pensaram e produziram o minidocumentário intitulado O Mesmo Sangue. A produção tem 3 minutos de duração e une atuação, estatísticas e trechos de filmes e reportagens em um roteiro que emociona e instiga a reflexão. A iniciativa nasceu na EMEIF 03 de Junho, durante uma aula da professora Maria Angélica Pereira, que discutia com os estudantes a importância do dia 20 de novembro como data de memória, luta e reconhecimento da história do povo negro no Brasil. A conversa despertou em Sofia e Laís o desejo de transformar o aprendizado em um trabalho audiovisual capaz de tocar outras pessoas e ampliar o debate dentro da escola. Em apenas três dias, as estudantes mobilizaram outros colegas e organizaram todas as etapas da produção, desde a pesquisa até a gravação, decupagem e edição. O minidocumentário contou também com a participação dos estudantes Júlia Nunes, Nayara Oliveira, Natanael Augusto e Miguel Rodrigues, que contribuíram com ideias, depoimentos, atuação e apoio técnico, tornando o projeto ainda mais coletivo e significativo. O vídeo foi exibido na escola no dia 19 de novembro e emocionou colegas, professores e funcionários que incentivaram e parabenizaram o desenvolvimento do minidoc. A apresentação gerou um diálogo sobre identidade, resistência negra e o papel de cada um na construção de uma sociedade mais justa, acolhedora e antirracista. A Secretaria Municipal de Educação (Seduc), por meio da Comissão de Educação para as Relações Étnico-Raciais (ERER), tem um papel fundamental em projetos como esse. A comissão acompanha e incentiva projetos voltados à valorização da cultura negra e indígena nas escolas municipais, além de implementar medidas de enfrentamento às violências, como racismo e LGBTfobia, instigando o desenvolvimento do censo crítico dos estudantes, bem como sua autonomia.